A Caixa Econômica Federal fez na quinta-feira, 21, um pregão eletrônico
para aquisição de produtos Microsoft vencido pela Allen com uma oferta
de R$ 112,09 milhões.
Pinguim: "Não curti". Foto: flickr.com/photos/95976276@N00
A revenda carioca da Microsoft bateu na disputa a Lanlink,
Brasoftware e CTIS, com um deságio de 0,3% frente ao valor inicial
proposto pelo banco estatal.
O
edital
do do pregão 116/7066-2012 envolvia a compra de milhares de licenças da
suíte de escritório Office, do serviço de e-mail Exchange, sistemas
operacionais para servidores, soluções de comunicação Lync, Sharepoint,
bancos de dados SQL e um longo etc.
Mais do que os valores ou a quantidade de softwares, normais para
uma empresa do porte da Caixa, a compra chamou a atenção por significar
uma virada na orientação da TI do banco, até agora um dos maiores
apoiadores de soluções open source na administração pública brasileira.
Procurada pela reportagem do Baguete Diário, a Caixa não
disponibilizou um porta-voz para comentar o assunto. O pregão está em
fase de homologação, informa o portal de compras da organização.
A comunidade do
software livre tem feito bastante barulho contestando a decisão.
Rodolfo Gobbi, diretor-geral da 4Linux, empresa que presta serviços associados a softwares open source na Caixa, fez um
post no blog da empresa comentando assunto no qual revela que a Caixa travou as iniciativas relacionadas ao tema.
De acordo com Gobbi, a 4Linux customizou uma distribuição Linux
Debian e o correio eletrônico Expresso Livre para instalação no banco.
Apesar de homologadas, ambas não foram implementadas em massa, afirma o
empresário.
O contrato no qual a 4Linux prestava suporte ao Linux e ao BR Office encerrou-se em outubro de 2011, aponta o diretor.
“Acredito que prestamos um ótimo serviço para a Caixa. Todos os
contratos foram cumpridos, não havendo nenhum registro de reclamação e a
CEF até mesmo premiou algumas das soluções mediadas pela 4Linux”,
afirma Gobbi.
O empresário destaca que o Linux continua a ser usado nos ATMs, nos
terminais lotéricos e em vários outros projetos e que a própria Caixa
divulgou ter tido economias de R$ 127 milhões com o uso de open source
em ambiente mainframe, em automação bancária e no portal de atendimento
do programa Bolsa Família.
“Estamos assistindo estarrecidos a um caso em que o
software livre gerou grande economia, que depois é gasta com aquisição de
software
proprietário”, afirma Ricardo Fritsch, coordenador geral da Associação
Softwarelivre.org em um e-mail disparado na lista do movimento.
De acordo com Fritsch “para cada um dos produtos listados no objeto
do pregão há um ou mais softwares livres compatíveis que são utilizados
em larga escala no mundo corporativo”, que poderiam ser implementados
com suporte de empresas nacionais “sem necessidade de envio e
substancial quantia de royalties para o exterior”.
link acessado: http://www.baguete.com.br/noticias/25/06/2012/caixa-o-fim-do-software-livre