domingo, 27 de maio de 2012

Software Livre

Software Livre

Histórico, Definição, Importância

Sumário
Copyleft
Estímulo ao criador
GPL
Projeto GNU e código aberto
Quatro tipos de liberdade
Sobre livre e grátis
Software Livre - o início
Software livre e Open Source
Software proprietário
Vantagens do mundo livre
Software Livre - o início


O programador Richard Matthew Stallman trabalhava no laboratório de inteligência artificial do MIT ("Instituto de Tecnologia de Massachusetts") desde 1971, quando as pessoas trabalhavam em conjunto, sempre trocando ideias e programas.

Entretanto, no início dos anos 80 quase todos os programas existentes passaram a ser proprietários, ou seja, o conceito de propriedade invadiu a área.

Evidentemente, a partir de então, o novo conceito determinava o fim da cooperação entre a comunidade de programadores.

Stallman abandonou seu emprego ao constatar que as licenças de direitos autorais que negavam acesso ao código fonte dos programas (para impedir cópias ilegais) também restringiam liberdades que os programadores sempre haviam usufruído, antes do mundo da informática ser dominado por grandes empresas:

- a liberdade de executar os programas sem restrições,
- a liberdade de conhecer e modificar os programas e
- a liberdade de redistribuir esses programas na forma original ou modificada entre os amigos e a comunidade.

Então, iniciou um movimento para produzir um sistema operacional e programas que resguardassem aquelas liberdades que os programadores conheciam antes das restrições empresariais.

Esta iniciativa resultou na criação, em 1985, da “Free Software Foundation” (FSF), Fundação para o Software Livre, que foi fundamentada juridicamente com a redação da GNU - General Public License (Licença Pública Geral do GNU).

Assim, em 1991, quando Linus Torvalds publicou a versão gratuita e livre do “kernel” do Linux, esse sistema operacional logo foi "adotado" pela fundação, embora oficialmente ainda esteja desenvolvendo o seu próprio sistema.

É importante notar que a filosofia da fundação repousa nesse pensamento:
"Quem produz a informação recebe muito mais informação do que cria."

Isso se torna óbvio quando se constata que cada programador cria algumas linhas sobre milhões de instruções em código que outros já produziram antes.
Atualmente, excetuando-se poucos funcionários que recebem salários relativamente baixos da fundação, a maioria dos desenvolvedores é composta por programadores ligados a empresas e universidades, que contribuem voluntariamente para o projeto.

A fundação tem como objetivo não só a eliminação de restrições sobre a cópia, a redistribuição, o entendimento e a modificação de obras. Esse rompimento de monopólios deve ser feito por meio de um empreendimento coletivo e, em grande parte, voluntário.

Portanto, para entender o conceito, deve-se pensar em "liberdade de expressão", não em "almoço grátis". Software Livre" é uma questão de liberdade, não de preço.

Essa ideia, que hoje se espalha por todo o mundo, atingindo outros tipos de conteúdos, como os artísticos, literários, musicais, científicos e jornalísticos, é parte do movimento pela cultura livre, "free culture", que abrange todos os produtos culturais, pregando a reprodução e modificação livres para qualquer usuário.

Entretanto, em nosso país é importante conhecer e participar da rede Software Livre Brasil.


Sobre livre e grátis

Se desejar saber a diferença entre Livre e Grátis de um jeito gostoso e poético, clique na imagem a seguir. ou no endereço abaixo:
- Cordel: Do livre e do Grátis
http://cultura.ufpa.br/dicas/linux/li-ligra.htm (acessado em 3/2/2011)
( Autor: Cárlisson Galdino - @carlisson )

- Imagem: Do livre e do Grátis
Retirada de http://www.carlissongaldino.com.br/cordel/do-livre-e-do-gr%C3%A1tis (acessado em 03/03/2011) 


Copyleft

Um programa assim como qualquer outra obra, artística, literária, ou tecnológica, é criado por um autor ou até alguns autores.

Os direitos autorais sobre a ideia ou originalidade da obra são firmados por meio de uma licença.

Esses direitos incluem o uso, a distribuição e a possibilidade de reprodução, ou seja, de cópia da obra.

Stallman foi o pioneiro na difusão das ideias sobre software livre, não somente como uma questão econômica, mas como um movimento social, com implicações políticas e culturais. Ele desenvolveu, ao longo dos anos, a licença de Copyleft (em oposição à Copyright).

O termo Copyleft surgiu em uma carta de um amigo que havia escrito:
"Copyleft: all rights reversed" (Esquerdos autorais: todos os direitos invertidos),

contrapondo-se à nota que é encontrada em muitas obras:
"Copyright: all rights reserved" (Direitos autorais: todos os direitos reservados).

O modo mais comum de distribuição de software livre é anexar ao program uma licença de software livre, e tornar o código fonte do programa disponível.

O Copyleft ou Licença de Documentação Livre, baseia-se em diferentes tipos de licenças que permitem ao autor, garantindo o reconhecimento de sua produção e autoria, estabelecer os usos que autorizam e os que limitam a sua obra.

O autor abdica dos direitos de propriedade em favor da livre circulação das criações intelectuais, pois o Copyleft encara os utilizadores de conteúdo como potenciais criadores. A licença permite a livre cópia, divulgação, a modificação do original, e torna possível a difusão do conteúdo para um maior número de pessoas.


Quatro tipos de liberdade

Portanto, "Software livre" se refere à liberdade dos usuários executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem programas e contempla quatro tipos de liberdade:

- liberdade 0: pode-se executar o programa, para qualquer propósito,

- liberdade 1: pode-se estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as próprias necessidades,

- liberdade 2: pode-se redistribuir cópias a quem as deseje e

- liberdade 3: pode-se aperfeiçoar o programa, e liberar os aperfeiçoamentos, para que toda a comunidade se beneficie.

Evidentemente, o acesso ao código fonte é um pré-requisito para as liberdades 1 e 3.

A licença garante a livre distribuição e modificação das obras e, em contrapartida, as novas distribuições ficam vinculadas à mesma licença. Assim, um programador pode modificar um programa livre, mas necessariamente o novo programa resultante destas modificações deve ser distribuído nos mesmos termos da GPL. A pessoa que copia e aprimora um programa livre, fruto de esforços coletivos voluntários, deve respeitar a condição de manter as suas características: o direito de rodar livremente, de modificar livremente e de copiar livremente.

Ou seja, a licença não permite que, a partir do produto base, alguém faça uma alteração, e o patenteie sob uma licença “Copyright” e o venda sob essa licença. Se for feita alguma alteração, a obra tem que ser liberada para a sociedade de acordo com a mesma licença e, se a obra for modificada e comercializada, existe a obrigação de referenciar o(s) autor(es) original(is).

Evidentemente, corre-se risco de apropriação em países onde não existe legislação específica para este tipo de licença e onde alguém pode simplesmente se apoderar de uma obra e registrá-la em seu nome. Isto é, corre-se exatamente o mesmo risco relativo ao Copyright: se houver uma utilização indevida da obra sem conhecimento do respectivo autor, esse deverá iniciar um processo legal contra o infrator, seja qual for a licença do produto.

Note-se que o objetivo não é acabar com os direitos de autoria. O que as licenças de Copyleft propõem é divulgar uma alternativa legal ao atual sistema de propriedade de direitos intelectuais.

Aliás, à medida que a tecnologia aumenta a facilidade de cópia transforma o Copyright em algo quase inútil. Como todos sabem, as violações de licença e as cópias sem autorização são extremamente frequentes. Assim, se assumirmos que é quase impossível evitar tais ações, provavelmente conseguiremos proteger muito mais a autoria com uma licença Copyleft.

Ressalte-se que, tanto como a população em geral, muitos criadores não conhecem essas licenças corretamente e sujeitam-se à lógica dominante apenas por desconhecerem outras alternativas.

Importante é notar que a licença Copyleft não impede a comercialização da obra, desde que a empresa permita a livre distribuição e modificação da obra produzida.

Por exemplo, uma editora pode editar e vender uma obra distribuída na Internet sob Copyleft, de maneira semelhante às obras que já estão sob domínio público. Mas, como a licença não permite ações monopolistas, não poderá impedir que outra editora o publique ou que uma pessoa copie o livro impresso por qualquer meio.

Assim sendo, a liberdade de utilizar um programa é dar liberdade para qualquer tipo de pessoa ( física ou jurídica ) usar o software wm qualquer tipo de trabalho ou atividade, em qualquer tipo de sistema computacional, não sendo preciso comunicar nada ao desenvolvedor ou a qualquer outra entidade em especial.

Resumindo: Um programa é livre quando, sem pedir ou pagar por permissão, pode-se:

- redistribuir cópias, com ou sem modificações, gratuitamente ou cobrando uma taxa pela distribuição, para qualquer pessoa e em qualquer lugar;

- efetuar modificações e utilizá-las particularmente no trabalho ou lazer, publicando-as ou não. Se decidir publicá-las não há necessidade de avisar a ninguém em particular, ou de nenhum modo especial;

- se a linguagem de programação permitir, na redistribuição de cópias deve-se incluir formas binárias ou executáveis do programa, e também o código-fonte, tanto para as versões originais quanto para as modificadas. O acesso ao código-fonte é uma condição necessária ao software livre.
Estímulo ao criador
A recompensa financeira seria o único e o melhor estímulo que se pode dar para o desenvolvimento do saber, da cultura e da tecnologia?

A resposta, evidentemente, é uma negativa. Um talento é um dom.

E, aparentemente, os talentosos são movidos para a prática intelectual pelo desejo de se distinguirem, de auxiliar a comunidade, pela expectativa do reconhecimento, em vida ou póstumo, ou, simplesmente, pelo amor pela sua arte.

Deve-se lembrar que todos sempre fomos beneficiados por ideias alheias. Por exemplo, imagine que o nosso alfabeto fosse patenteado. Não se poderia escrever ou ler sem pagar para usá-lo. E o alfabeto provém do criação de muitas pessoas, inclusive separadas no tempo e no espaço, que o criaram e melhoraram até se tornar no que é hoje. A quem se deveria pagar?

Aqui é que entra a instituição do "Copyright". Quando a propriedade intelectual foi concebida no final do século XVIII, sua finalidade era conceder ao autor a exclusividade sobre a exploração comercial de sua obra, de forma que quem quisesse ler o livro que tinha escrito ou escutar a música que tinha composto, teria que pagar a ele.

Entretanto, se só o detentor dos direitos de cópia poderá explorar os benefícios da obra, cabem algumas perguntas:

- Até que ponto a introdução do direito de propriedade intelectual, ao invés de promover, termina por constranger o progresso do saber, da cultura e da tecnologia?

-  Por quanto tempo o autor terá acesso exclusivo a esse bem? Evidentemente, se a duração do direito for longa demais, pode-se dificultar o aproveitamento social da criação. Por exemplo, em 1710, a primeira lei inglesa sobre direitos autorais deu ao criador o direito exclusivo sobre um livro por 14 anos, com direito a renovação por mais 14 anos, desde que o autor estivesse vivo quando o período inicial expirasse.

- A propriedade intelectual favorece o capitalismo? A resposta é não. Deve-se lembrar aqui que o capitalismo pressupõe concorrência e tanto patentes, copyrights como marcas, são monopólios garantidos pelo estado. Curiosamente, são práticas severamente anti-capitalistas.

Portanto, é necessário atingir um ponto de equilíbrio entre o estímulo à criação e o interesse social em usufruir o resultado da criação.

Voltando à questão inicial, os talentosos devem ser remunerados por suas contribuições?

Acredito que a absoluta maioria das pessoas concorda que é correto e é necessário estimular materialmente o criador. Para que eles possam criar mais, inclusive.

Mas um problema, evidentemente, é que a obra pode necessitar de um meio físico para ser divulgada. Por exemplo, durante séculos os livros foram utilizados para divulgação de poesia e prosa sobre todos os assuntos pelos quais a humanidade se interessou.

E é claro que a venda dos livros sempre beneficiou muito mais o detentor do meio de reprodução da obra, o editor, do que a pessoa efetivamente criadora, o autor. É o mesmo tipo de problema que ocorre com cantores, compositores, conjuntos musicais e as gravadoras de CDs / DVDs e as gravadoras.

Entretanto, a cópia eletrônica eliminou a necessidade de meios físicos. Faz-se um download e o arquivo é copiado sem necessidade de intermediários.

Obviamente, o monopólio do direito de cópia, exercido por exemplo pelos editores ou pelas gravadoras - que querem vender cópias ao maior preço - é contrário ao interesse do autor, em ter sua obra divulgada para o maior número possível de pessoas.

A livre divulgação da obra em meio digital em geral é muito benéfica ao autor pois, além de servir como ponto de venda da obra diretamente ao consumidor, retirando os intermediários da transação, lhe dá grande visibilidade, prestígio e o valoriza como um bom profissional no mercado.

Este prestígio social deve garantir a oferta de novos trabalhos por encomenda, inclusive na forma de palestras e shows que remunerarão seu trabalho intelectual. Assim, o Copyleft privilegia o autor em detrimento do interesse das empresas.

Assim, o modelo de negócios de editoras e gravadoras, ou seja, a fabricação e venda de cópias da obra de um criador, de um produto cultural que é protegido por leis monopolistas tornou-se inadequado e não competitivo perante os avanços que a tecnologia propiciou.


Como premiar o criador?

Porém, é óbvio que deve-se desenvolver uma maneira de premiar as boas ideias, sem limitar a criação, nem dar a exclusividade da fabricação de algum tipo de cópia (exemplos: livros, CDs, DVDs) para um empreendedor monopolista.

Evidentemente a própria apresentação da obra deve ser o foco. Apresentações artísticas sempre tem sido apreciadas mundo afora. Seminários, conferências, palestras tem sido usados para dar conhecimento e reverenciar autores. Concursos também podem ser uma boa maneira de premiar ideias.



Projeto GNU e código aberto

O objetivo do projeto GNU era (e ainda é) criar um sistema operacional completo, inspirado e compatível com o sistema Unix, mas, diferentemente desse, não poderia ser proprietário.

Vem daí o trocadilho no nome: GNU is Not Unix (GNU não é UNIX).

Evidentemente, os programas que fizerem parte do sistema devem ter código-fonte livre, aberto.

É importante lembrar que o código-fonte é o próprio software, ou seja, é uma estrutura lógica com uma sequência de comandos, em alguma linguagem de programação, no qual o programa foi desenvolvido, em geral em uma linguagem de alto nível ( por exemplo em C, Cobol, Java), sendo diferente do código binário, o código diretamente lido pelo hardware.

Assim, quando se diz que o código de um programa é livre, não se está falando de preços, mas que outros desenvolvedores estarão livres para conhecer, adaptar, corrigir, modificar, executar, copiar, estudar, melhorar e redistribuir o código do programa.

Após vários anos de trabalho de muitas pessoas o projeto GNU é o responsável por quase todas as ferramentas que tornaram um sistema Unix livre possível.


GPL

A "General Public License" - GPL é baseada no direito autoral que respeita as 4 liberdades antes mencionadas.

Usando a licença GPL um programador assegura que o código de seu programa permanecerá aberto, pois toda e qualquer modificação só poderá ser liberada se for feita pela mesma licença.

Mais tarde, se o programador original decidir fechar o código do programa, outro programador poderá continuar mantendo o programa livre, reiniciando o seu desenvolvimento, começando pela última versão que foi licenciada como GPL.

Essa licença permitiu que os programadores pudessem liberar seus trabalhos para o público, sem medo que seu código fosse apropriado por alguma empresa e, ao mesmo tempo, assegurando que ele ficaria livre para sempre.
Características dos programas com licença GPL
- Não há custos maquiados:

- Não há restrições - realmente não há qualquer preço a ser pago.

- Não há propagandas - não é requerido que se veja propagandas para usar o programa.

- Não há programas espiões ( spyware ) - não tentará coletar informações pessoais ou sobre o modo como usa o seu computador.

- Não há comportamentos intrusivos - não tentará instalar ou criar atalhos para "softwares parceiros", nem colocará mais atalhos em seus Bookmarks ( Favoritos ) para links não-requisitados de sites comerciais.

- Pode-se usar quantas cópias desejar. Pode-se copiá-lo para diferentes computadores.

Ou seja, na verdade, desde que não se redistribua cópias modificadas do programa, e/ou sem indicação de autoria, não há restrições sobre o que poderá fazer com o programa.

É importante lembrar que a grande força do software livre está no enorme potencial de cooperação para depuração coletiva, já que centenas de pessoas em todos os cantos do mundo podem testar, modificar e/ou sugerir. Esse potencial é capaz de neutralizar ressões mercadológicas, políticas e de marketing.


Vantagens do mundo livre

Software livre significa mais do que somente estar disponível a custo zero, o qual até pode não ser zero. As pessoas devem ser livres para usar os programas como desejarem. De todos os modos que sejam "socialmente úteis".

Como o código que faz o software livre está disponível para qualquer pessoa, em qualquer momento e em qualquer parte do mundo, copiar, modificar, consertar, e usar de qualquer maneira há vantagens técnicas:

Resposta rápida para possíveis falhas

Lança-se versões ainda instáveis do programa. Muitas pessoas podem auditar o código e procurar falhas de implementação. Assim, tudo vai sendo auditado e testado, até se chegar a um código estável, possível de ser usados em computadores de diferentes marcas. pronto para ser lançado para o público em geral.

Portanto, um programa livre tem

- alta qualidade técnica, já que é submetido a um processo de desenvolvimento, semelhante à seleção natural: é testado por muitas pessoas em diferentes hardwares, então, as boas soluções sobrevivem e as ruins perecem;

- correção rápida de problemas que eventualmente aconteçam. Assim, em um curto período de tempo o sistema fica mais seguro e estável.

- Qualquer pessoa pode contribuir
Quando os programas são desenvolvidos, o trabalho de outras pessoas pode ser reutilizado e continuado, inclusive contando de sugestões de não programadores. Assim, o desenvolvimento do software pode ser eficiente e rápido, pois pode-se copiar e modificar o código do programa a qualquer momento, de qualquer lugar, testando as ideias que aparecerem. Sem pedir autorizações, sem aguardar burocracias e sem qualquer custo.

A única preocupação ocorre ao distribuir o programa modificado. Deve-se respeitar a licença. É importante saber que, para tornar a autorização de uso bem explicitada foram criados vários tipos de licença, pela "Creative commons."

- O programador tem mais liberdade
O programador pode desenvolver o que desejar fazer, quando e quanto puder e quiser. O programador que se esforça em seus estudos e práticas e desenvolve algo bom, rapidamente ganha confiança e pode ser chamado para outros projetos.

- Incentivo à pequenas e médias empresas locais
Qualquer empresa pode oferecer serviços e começar a trabalhar com produtos livres com total liberdade. Poderá instalar programas e treinar pessoal, por exemplo. Sem precisar pagar para uma matriz, a empresa local pode investir mais em si mesma e talvez até começar a desenvolver códigos, junto com a empresa criadora.


Software livre e Open Source

A liberdade do software livre se refere ao código ser aberto, ou seja, um programa é software livre quando pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído sem nenhuma restrição. Conceitualmente, tal liberdade se opõe ao software proprietário, mas não ao software comercial, que é vendido almejando lucro.

Entretanto, o termo código aberto (em inglês "open source") foi criado pela OSI (Open Source Initiative), entidade cuja criação foi proposta por Eric Raymond. Trata-se de software que também respeita as quatro liberdades definidas pela Free Software Foundation (FSF).

O título "Open Source" surgiu em uma reunião em fevereiro de 1998 onde se encontravam Todd Anderson, Chris Peterson (Foresight Institute), Jon "Maddog" Hall e Larry Augustin (Linux International), Sam Ockman (Silicon Valley Linux User's Group) e Eric Raymond.

Qualquer licença Livre é também uma licença Open Source, sendo que a diferença entre as duas nomenclaturas reside essencialmente na sua apresentação e na ideologia que as alicerçam.

Assim, enquanto a FSF utiliza o termo "Software Livre" dentro de um discurso baseado em questões éticas, de direitos e liberdade, o termo "Código Aberto" é utilizado pela OSI sob um ponto de vista puramente técnico, pragmático, evitando questões éticas e ressaltando não as liberdades oferecidas pela licença, mas a alta qualidade técnica do software. O pessoal do código aberto, portanto, praticamente não se interessa por mudanças sociais.

Já o software livre é um caminho até para uma nova sociedade, pois é profundamente transformador. Não só promove as liberdades, mas estabelece condições de igualdade para a produção. O código não é mais um patrimônio exclusivo de poucos. Passa a ser algo coletivo, a partir do qual todos podem produzir. O patrimônio de uma empresa livre não é um código sobre o qual mantenha controle exclusivo. É a capacidade intelectual de seus funcionários, o bom atendimento que oferece aos seus clientes, a qualidade de seu trabalho.

Claramente, os defensores do movimento Open Source sustentam que o modelo colaborativo de produção intelectual é uma alternativa de modelo de negócios para a indústria de software. Assim, há pontos comuns nos dois movimentos, o que possibilita trabaljo conjunto em muitos projetos. Algumas grandes empresas como IBM, HP, Intel e Dell também têm investido no software de código aberto, juntando esforços para a criação do Open Source Development Lab (OSDL), instituição destinada à criação de tecnologias de código aberto.

A abreviatura "FLOSS" (Free / Libre and Open Source Software) é uma forma agregadora de citar os dois movimentos, "Software Livre" e "Código Aberto", já que tratam dos mesmos programas.


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