A mudança de visão das empresas competitivas, que possuem crescente
interesse na qualificação dos funcionários, também faz parte do próprio
perfil do profissional, que busca continuamente qualificação e desafios.
A partir desse novo foco no desenvolvimento humano, a consultora Heidy
Ruth de Oliveira, consultora da Caliper Estratégias Humanas, comentou os
desafios mais importantes da Gestão de Pessoas na atualidade.
Retenção de talentos – Heidy afirma que para manter e
reter um talento, a empresa deve se valer de instrumentos de
identificação de potenciais. Esse é o primeiro passo para investir no
desenvolvimento ou aprimoramento de pessoas. As empresas mais desejadas
pelos profissionais são as que fazem um processo de gestão de pessoas
planejado. A montagem de um banco de talentos, no qual estas são
preparadas para assumir posições-chave é um caminho. Essa alternativa
pode ser combinada com um planejamento estratégico que indicará que tipo
de pessoas serão necessárias a médio e a longo prazo. O uso dessas
táticas diferenciadas, distingue claramente as empresas que estão sempre
na vanguarda, onde o talento da casa consolida e abre novos mercados
com inovações, enquanto outras correm atrás na tentativa de recuperar o
profissional e o espaço perdido. É preciso dar contrapartidas para reter
os colaboradores, o que se faz buscando alternativas para oferecer o
que os jovens estão buscando. As redes sociais ampliaram muito as
informações, levando-os a identificar mais oportunidades no mercado de
trabalho.
Choque de gerações - a especialista explica que as
gerações se diferenciam em características, porém as competências podem e
devem ser trabalhadas. Elas se ajustam ao que ocorre no meio ambiente.
Os baby boomers, por exemplo, estão acostumados a hierarquias mais
verticalizadas. A Geração Y não tende a fidelização. Para conter sua
impulsividade é preciso identificar o que querem os jovens e ofertar
algo adequado. Nesse caso, nem sempre a remuneração tem maior peso, mas
sim, a liberdade, a autonomia, a criação, o respeito e o reconhecimento.
O conflito de gerações reflete-se nos resultados das organizações. O
embate ocorre quando não há qualquer planejamento por parte destas. Cada
geração futura virá com características próprias diferenciadas e um
jeito distinto de olhar o mundo.
Ambiente – a consultora Heidy afirma que hoje, com a
presença maciça dos jovens no mercado de trabalho, ambientes e
benefícios diferenciados têm sido uma expectativa e uma exigência da
nova geração. Não são todas as empresas que podem oferecer todos os
benefícios pleiteados. Em um processo industrial, a maturação leva um
pouco mais de tempo. O setor de prestação de serviços e das empresas de
tecnologia da informação e da comunicação tem mais facilidade em criar
ambientes propícios à liberdade e à criatividade.
Papel dos Recursos Humanos - segundo a especialista,
a área de Recursos Humanos precisa sair do operacional para assumir uma
cadeira nas decisões estratégicas. Deve participar opinando e mostrando
alternativas de preparação dos profissionais. Antes disso, é preciso
estar mais próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças,
expectativas e identificar quem pode fazer parte de um plano de carreira
e de desenvolvimento. O profissional de RH precisa ser muito antenado,
versátil e flexível para atender às necessidades internas e as de
mercado. O desafio das empresas é a estruturação de um processo de
carreira, tanto horizontal quanto vertical. As pessoas devem começar a
ser valorizadas pelas entregas, inovações e projetos que fazem e não
mais só pela posição que ocupam.
Trabalho além fronteiras – de acordo com a
especialista, há muitas empresas brasileiras em processo de
internacionalização, expandindo operações para o Mercosul, Ásia, Europa e
Estados Unidos. Segundo a consultora, esse processo requer
profissionais especialmente treinados e preparados que ocupem estes
cargos-chave para gerir os negócios em outros países. O movimento,
entende a especialista, mostra que as empresas brasileiras estão no
caminho certo e são competitivas. Para os profissionais, o avanço ao
mercado global é uma oportunidade de fazer uma carreira internacional e
desenvolver competências; para as empresas, uma forma de atingir
vantagem competitiva.
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